LENDO CORTES LENTOS
para Isabella Mariano,poeta
Arrisco um rabisco metido, pedante.
Permita-me o acinte e chegar sem convite
À margem da página, um corte recente,
Limite violado, que assim, de improviso
Pretendo o requinte do mito por lido –
Supor cicatriz do que não se imagina.
Rascunho os segundos alheios ao golpe
Que fere, presente, evocado ao sabê-lo
Mais seu que o querer que não seja, algum dia.
Se a dor jaz no belo ou pressente-lhe a chama,
Que sei dos instantes, de quandos ou como
Cadência e discurso dirão “Eis a Vida!”?
Rasuro procuras nas vias do risco,
Dizer do que às veias vazias escapa.
Se a cura começa em sofrer cortes lentos,
Que a letra, esse estigma loquaz, seja preço
Propício, silêncio resquício do grito
Enquanto a ferida não cala, sem paz.
para Isabella Mariano,poeta
Arrisco um rabisco metido, pedante.
Permita-me o acinte e chegar sem convite
À margem da página, um corte recente,
Limite violado, que assim, de improviso
Pretendo o requinte do mito por lido –
Supor cicatriz do que não se imagina.
Rascunho os segundos alheios ao golpe
Que fere, presente, evocado ao sabê-lo
Mais seu que o querer que não seja, algum dia.
Se a dor jaz no belo ou pressente-lhe a chama,
Que sei dos instantes, de quandos ou como
Cadência e discurso dirão “Eis a Vida!”?
Rasuro procuras nas vias do risco,
Dizer do que às veias vazias escapa.
Se a cura começa em sofrer cortes lentos,
Que a letra, esse estigma loquaz, seja preço
Propício, silêncio resquício do grito
Enquanto a ferida não cala, sem paz.