ENLUARADA

Lua plena, lúcida,

luzente pleniluna

na vida açucena,

é ela tão linda,

tão branca e serena,

a minha elena.

Selenita sou. Sem pudor,

ofereço-lhe o meu amor.

A flor dura o tempo do luar

numa noite, sobre o mar.

A tristeza vem.

Aos poucos, a luz se vai...

Lucina-haicai.

Agora o céu é negrume.

O lume se esconde, aonde?

Sou todo ciúme.

Lúrida, volta a luzir,

diáfana, a diana.

Mulher de vida cigana...

Resplandecente outra vez,

luna lunera licíflua,

me prende , melíflua,

em sua enluarada lucidez.