Inconstante

Numa hora eu amo a todos,

numa outra detesto tanto essa coisa de amor

que me perco e me afasto do mundo

a inconstante forma eu sou.

É que essa coisa na verdade me cansa,

tira minhas energias,

vou me desgastando na intensa paixão,

e vou lá. E dedico meus dias. Dedico atenção.

Finjo que vou tomar veneno, faço charme de amor.

Choro para ter atenção, brigo por causa do nada

Num momento sou tão amante do amor

que me torno religiosa e prego o bem

outra hora sou herética

e quero que todos que conseguem amar eternamente

se ferrem.

É que eu sou um inconstante enigma

coisa que nem o sábio descobre.

Vivo por ai inebriada de amor

encantada te tanto prazer

Vivo por ai com ódio de amor

cansada de tanto prazer na dor.

É que numa hora sou eu querendo amar

noutra sou eu querendo me consolar.

Uma quer ser feliz

a outra, que é a mesma, tem medo da felicidade.

Amou a todos e a todos e felicidade não encontrou

Arthur Montenegro
Enviado por Arthur Montenegro em 20/12/2015
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