Inconstante
Numa hora eu amo a todos,
numa outra detesto tanto essa coisa de amor
que me perco e me afasto do mundo
a inconstante forma eu sou.
É que essa coisa na verdade me cansa,
tira minhas energias,
vou me desgastando na intensa paixão,
e vou lá. E dedico meus dias. Dedico atenção.
Finjo que vou tomar veneno, faço charme de amor.
Choro para ter atenção, brigo por causa do nada
Num momento sou tão amante do amor
que me torno religiosa e prego o bem
outra hora sou herética
e quero que todos que conseguem amar eternamente
se ferrem.
É que eu sou um inconstante enigma
coisa que nem o sábio descobre.
Vivo por ai inebriada de amor
encantada te tanto prazer
Vivo por ai com ódio de amor
cansada de tanto prazer na dor.
É que numa hora sou eu querendo amar
noutra sou eu querendo me consolar.
Uma quer ser feliz
a outra, que é a mesma, tem medo da felicidade.
Amou a todos e a todos e felicidade não encontrou