Clamor
Penso que não existo e
por mais que grito,
sinto que não sou ouvido,
mas percebo que só ela,
a poesia que em mim vive,
proporciona todo sentido.
Faz de mim mais vivo,
ainda que incompreendido
e dividido, entre ela e ela,
que nas linhas não
me canso e insisto.
Persisto e não desisto,
nem dela, que em mim existe,
nem da poesia que resiste e vive.
nem da poesia que resiste e vive.
Mesmo assim, penso que
só o que me permite
como sentido na vida,
é o clamor contido em meu grito.
Por isso, não desisto.