MARIANA
Mariana vivia sossegada,
Brincando com o amigo Bento,
No doce rio que ali passava.
Um dia, Mariana, coitada,
Por ganância de um rei desatento,
Afogou-se num tsunami de rejeitos.
A lama desceu inclemente, feito lava,
E, infelizmente, neste catastrófico evento,
Foi-se também o amigo Bento.
As causas apontadas eram malfeitos,
Ganância e falta de fiscalização.
A lama podre foi cobrindo as redondezas.
Tomando conta de todo o Brasil.
Deixando rastros perversos de corrupção,
Destruindo, sem dó, tanta beleza.
À cínica nobreza só importava o metal vil.
E as roubalheiras foram-se alastrando,
Junto com o fétido e pútrido lodo,
Criminosamente atingindo o povo todo...
O gigante adormecido hoje vive se arrastando,
Rezando a Deus, nosso bondoso Pai,
Para que opere um milagre, conclamando,
Na causa, Jesus e, também, o Espírito Santo.