Meio dia
Todos os dias/
Vejo em meu retrovisor/
Marias e Teresas/
Enquanto muitos voltam/
Pra suas casas/
Para matar a fome/
Pra rever os filhos/
Pra descansar o cansaço/
Nos cantos escondidos da cidade/
Há mulheres crianças/
Vendendo-se/
Pra alimentar a cultura/
Do ter/
Pra ser/
Pra seguir nessa sociedade/
Sem se importar com o fazer/
Haja vista, nem ao menos saber ler/
Seguem o que muitas cultas/
Fazem por pertencer/
A ignorância de conhecer/
E servir as próprias ambições do poder/
E servir ao sistema/
Não é cinema/
Nem protagonistas na realidade/
São servas na idade de uma escravidão/
Cuja razão/
Todos fingem não ver/
Porque como os abutres/
Ainda vão usufruir daquele prazer/
Olha só o que a tv não vê/
Olha só o que todos fingem e nem querem saber/
Assim como eu tantos são os culpados/
Homens honrados/
Que a sociedade finge criminalizar/
Mas a igreja teima em perdoar/
Ficando os pecados/
Na gaveta da burocracia/