Transe
Transe
Dedicado a Glauber Rocha e sua
Solitária alma inquieta.
No alto desta noite escura e triste
Estendo meu frágil corpo
Sob um luar disperso em nuvens negras.
Bebo inconstância nas amargas fontes da razão
E me entrego à incerteza do tudo e do nada.
Adormeço e acordo mil vezes a cada segundo
Sem perceber a fria ausência da morte em mim,
Perdôo-me por não pensar a ausente e parto enfim,
Para afogar-me no solitário transe das almas inquietas.
(Julho de 2007)