É preciso sonhar e voar...
Por vezes nos permitimos
Ser guiados por nosso coração!
É uma decisão perigosa,
Mas compreensível e necessária.
O problema surge
Quando nos deixamos levar
Pelo coração do outro,
Ou por aquilo que acreditamos
Existir no interior alheio.
Confesso que ao encostar
A cabeça no travesseiro,
Viajo entre o silêncio da noite
E minhas ilusões.
Idealizo um ambiente simples,
Uma companhia quase perfeita,
O aroma doce das flores
E uma música calma
Pra marcar a história...
Tudo seria perfeito
Se a vida não estivesse passando
Enquanto brinco de ser feliz.
Viajo por uma noite
E perco dias sonhando
Com meus sonhos...
Por que comigo?
Talvez o correto fosse me enquadrar
Aos padrões da sociedade,
Ou no mínimo
Viver com os pés no chão.
Mas vejo como missão impossível,
Ou suicida...
Por que ser realista,
Quando a realidade do mundo
Não me satisfaz?
Por que ser realista,
Quando posso sonhar
E tornar possível tudo aquilo
Que o passar das horas
Arrancou de mim?
Por que abrir os olhos quando a necessidade
De mantê-los fechados é maior?
Não quero bancar a filósofa,
Até gostaria,
Mas me faltam conteúdos
Para assumir tamanha responsabilidade...
Mas diante de tantas inquietações,
Sinto que a ponte
Existente entre real e imaginário
Chama-se vida!
É onde fica,
Ou deveria ficar o tal do meio termo...
Se o excesso de sonhos
Atrapalha a realidade,
O contrário também acontece!
Ao menos nesse caso seria interessante
Permanecem em cima do muro,
Apenas para adquirir um equilíbrio,
E assim lidar da melhor forma possível
Com os monstros que vivem escondidos
Em nossos porões...
Sinto-me como louca,
Por não conseguir me acorrentar
Ao lado real de minha própria existência.
O problema é que eu gosto da liberdade
E enquanto sonho,
Sinto que sou como um pássaro
Liberto da gaiola.
Vejo uma grande semelhança
Entre sonhar e voar...
São duas ações mágicas,
Libertadoras!