A tal da esperança
Mais uma vez
A voz duvidosa da esperança
Se enraizou em meu ser. Infeliz!
Mal se deu ao trabalho
De perguntar se eu queria
Que estivesse presente.
Quem ela pensa que é
Para chegar sem aviso
E se instalar em meu coração?
Por outro lado,
Quem sou eu
Para querer satisfações
De um sentimento que apenas
Decidiu caminhar comigo?
Mania suicida que tenho
De querer encontrar
A razão de todas as coisas.
Seria mais fácil
Viver ao invés de questionar...
Fazer graça com minha desgraça,
Dançar na chuva ao invés de simplesmente
Me inspirar com seus espetáculos...
Voltando a falar sobre a espera...
Espera... O que mesmo?
Ah sim! Esperança...
Penso que é uma coisa esquisita,
Que se torna complexa pelo fato de ser simples.
Tem o poder de me fazer enxergar o amanhã
E ao mesmo tempo me cega...
Será que posso confiar nela?
Talvez sim! Talvez não!
Enquanto fico nesse dilema
A coisa estranha me invade,
Me faz acreditar que num universo
Muito distante existe um paraíso,
E dentro dele mora outra criatura
Chamada FELICIDADE!
É como se fosse uma luz no fim do túnel,
Mas o que devo fazer?
Caminhar ou esperar?
Nesse meio termo
Fui de encontro a possível luz.
Dava dois passos e parava para refletir,
De repente ela apagou.
Fiquei tão perdida entre positivo e negativo
Que a lâmpada acabou queimando.
Perdeu-se a luz no fim do túnel!
Mas que buraco é esse?
Me perdi em meu próprio inconsciente?
A lâmpada realmente queimou,
Ou de acordo com minha aproximação
A luz ficou tão forte ao ponto
De ter me cegado?
E aí Dona Espera,
Desculpe! Esperança.
Pode esclarecer essas dúvidas,
Ou vai dizer que passou aqui apenas
Para me fazer pensar
E aproveitar para se divertir um pouquinho
Com minha loucura?
A que ponto cheguei?
Estou tentando conversar
Com um sentimento...
Surpreendente minha insanidade.
O pior é que ainda creio
Que essa enganação
Possa me resgatar dos meus abismos...
Mas desde quando tenho algum?
Quanta dificuldade em falar sobre esperança,
Falar com a esperança,
Mais difícil ainda:
Acreditar que isso aí possa existir...
Mais fácil seria dialogar
Com aquele bichinho verde
Que raramente se acomoda
Em uma das paredes de minha casa,
E por coincidência é também
Chamada de Esperança...
Mas por outro lado,
Penso que deveria ser mais paciente,
Pois a esperança não é mais que a própria espera...
Estou enganada?