"Meus Dezoito Anos"= Paródia= Humor= Dedicada à minha amiga Naia Bask

“Meus Dezoito Anos”
                                           “Ligeiramente” baseada na obra
                                                             de Casimiro de Abreu.

Oh, que saudades eu tenho
Daquela época de minha vida,
Da minha gandaia querida
Que o tempo não deixa mais!
Que calor, que banhos, que amores,
Naquelas camas fuleiras,
Dormindo com as trepadeiras,
E sempre querendo mais!

Como eram belos os dias
Do despontar da indecência!
- Respira a alma tal desejo;
Que toda mulher vira flor.
O mar é motel excelente,
O céu só nos vê deitados,
O mundo, lugar safado.
A vida, um hino ao ardor!

A Aurora, Marisol, Margarida,
Que noites de tremenda orgia,
Naquele doce e bêbada alegria
Naquele indecente resfolegar.
O céu bordado de poluição,
A terra de “presuntos” bem cheia,
A gente se enroscando na areia,
A bunda molhando ao mar!

Oh, dias da minha infâmia!
Quando tracei a prima Vera!
Que doce que a gostosa era
Naquela inesquecível manhã!
Em vez das bobagens de agora,
Eu tinha suas muitas delícias,
Da mãe dela muitas carícias,
E ainda lhe peguei a doce irmã!

Livre, tal como filho de piranhas,
Eu vivia saciado, bem satisfeito,
Sem calças, camisa aberta ao peito.
Pés descalços, andava nu,
Sempre pronto para as meninas,
Transando nas cachoeiras,
Atrás das “cabritas” bem ligeiras,
De lindos olhos muito azuis.

Naqueles tempos ditosos
Eu adorava comer Pitanga,
Ensaiava chupando manga,
Caía bêbado na mesa do bar,
Olhava o céu, sempre rindo,
E despertava a vomitar.

Oh, que saudades que eu tenho,
Daquela época de minha vida,
Da minha gandaia querida,
Que o tempo não deixa mais.
Que amor, que banhos , que calores!
Naquelas camas fuleiras,
Dormindo com as trepadeiras,
E sempre querendo mais!!