RASCUNHO
Quem és?
Na luz branca da página
No traçado impreciso
Que não terminou
O grafite derramou os grãos
No teu rosto que ainda não veio
Os teus seios de sombra polida
Sob medida projetam teu corpo
Apareces no centro da folha
Do limbo da fronte
Na imagem noturna.
Quem és?
Desenhando o som dos anjos
Em canção de papel
Em lápis que molda sem lapidar
Curvas libertas, sulfite
Esfinge que enfeitiça, desejo de mirar
Devora-me, ou te decifro
Irremediavelmente...