POEMA AO POETA CASTRO ALVES, O POETA DA LIBERDADE VULGO SECÉU
Nosso poeta Secéu
Arrebentara o labéu
Da funesta escravidão
O gênio de Curralinho
Moveu com todo carinho
A clava da abolição
Secéu figura granfina
Que nos braços de idalina
Cantou com muita ternura
Perante a rude senzala
O poeta não se cala
Abolindo a escravatura
No bairro de Santo Amaro
O poeta sem amparo
Cantou com muita emoção
A nefanda escravatura
Secéu demonstrou lisura
Cantando a libertação
Secéu poeta romântico
Que demonstrou no seu cântico
A poesia libertaria
Nosso vate condoreiro
Delatara o cativeiro
Uma doença nefária
O gênio de Curralinho
Cantou com muito carinho
A liberdade bendita
Nosso bardo condoreiro
Demolira o cativeiro
A velha peste maldita
Secéu ganhou muito louvo
Disse: a praça é do provo
Como o céu é do condor
Essa figura sensata
Fez do rude escravocrata
Personagem sem pudor
Secéu figura homogenia
O belo amante de Eugênia
A grande atriz Lisboeta
O bardo de Curralinho
Lutou com muito carinho
Pela nossa gente preta
Secéu poeta divino
Verdadeiro paladino
Do faminto tabaréu
Pra Eugênia não teve vaga
E só Leonídia Fraga
Soube conquistar Secéu
O grande mal de Secéu
Foi o rústico amor incréu
Da Florentina Agnese
Essa rude pianista
Deixara o famoso artista
No mais tremendo frenesi
Secéu viveu muito pouco
Num estupendo sufoco
Nosso poeta morreu
Aos vinte e quatro de idade
Partira pra eternidade
Quem pelo negro sofreu
Autor: Antônio Agostinho