POEMA AO POETA CASTRO ALVES, O POETA DA LIBERDADE VULGO SECÉU

Nosso poeta Secéu

Arrebentara o labéu

Da funesta escravidão

O gênio de Curralinho

Moveu com todo carinho

A clava da abolição

Secéu figura granfina

Que nos braços de idalina

Cantou com muita ternura

Perante a rude senzala

O poeta não se cala

Abolindo a escravatura

No bairro de Santo Amaro

O poeta sem amparo

Cantou com muita emoção

A nefanda escravatura

Secéu demonstrou lisura

Cantando a libertação

Secéu poeta romântico

Que demonstrou no seu cântico

A poesia libertaria

Nosso vate condoreiro

Delatara o cativeiro

Uma doença nefária

O gênio de Curralinho

Cantou com muito carinho

A liberdade bendita

Nosso bardo condoreiro

Demolira o cativeiro

A velha peste maldita

Secéu ganhou muito louvo

Disse: a praça é do provo

Como o céu é do condor

Essa figura sensata

Fez do rude escravocrata

Personagem sem pudor

Secéu figura homogenia

O belo amante de Eugênia

A grande atriz Lisboeta

O bardo de Curralinho

Lutou com muito carinho

Pela nossa gente preta

Secéu poeta divino

Verdadeiro paladino

Do faminto tabaréu

Pra Eugênia não teve vaga

E só Leonídia Fraga

Soube conquistar Secéu

O grande mal de Secéu

Foi o rústico amor incréu

Da Florentina Agnese

Essa rude pianista

Deixara o famoso artista

No mais tremendo frenesi

Secéu viveu muito pouco

Num estupendo sufoco

Nosso poeta morreu

Aos vinte e quatro de idade

Partira pra eternidade

Quem pelo negro sofreu

Autor: Antônio Agostinho

Poeta Agostinho
Enviado por Poeta Agostinho em 17/12/2015
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