Sem cura
Aquele gosto amargo subiu-lhe até a boca...
Infinitamente amargo.
Passara horas tranquilas,
Passara um tempo bom, mas que sabia não ser seu...
Aquele travo voltava e voltava...
Não poderia mais,
Queria muito,
Mas não poderia desmerecer seu passado.
Não poderia, sequer, dar-se ao luxo de dançar,
De pensar que a vida poderia ser de outra maneira...
Aquele travo,
Aquela amargura...
Sem cura.