Teu universo morto
No teu universo desejei morar
Mas só encontrei buracos negros
Que desperdício, ver sua imensidão reduzida a isso!
Quis nas tuas estrelas brincar
Elas estavam mortas, apenas suas luzes cadavéricas
Percorreriam o espaço-tempo sem fim
Tuas órbitas tão incertas , tortuosas e tétricas
Teus cometas sem brilhos e sem vidas
Tuas luas tão frias ,desertas e sem cavaleiros ou dragões
Teus planetas vazios sem tardes ,manhãs e anéis ...
Que desperdício ver tua imensidão reduzida a isso!
Um universo sem vida...
Uma vida sem verso...
Reversos de vidas sem vida...
Cemitérios de estrelas
Sem mistérios para desvendar
Vida que não há...
Tentei penetrar em tuas constelações
Todas estavam desfeitas
O escorpião estava morto
As ursas frias e distantes
O cruzeiro mudou a procura de um norte
Órion no sétimo céu sumiu
A coroa de Ariadne sem os diamantes ficou,perderam-se nos
Labirintos siderais, onde não existe Teseu ou novelos...
E o centauro em disparada no escuro partiu
Marias,as três choravam a má sorte
E em suas lágrimas desmancharam -se...
E tudo mais fugiu do teu Universo moribundo
Tuas vagas , brilhantes e distantes estrelas não mais existiam
Feito Cronos você as devorou...e Zeus não estava lá...
Que desperdício ver tua imensidão reduzida a isso!
Tua vastidão não mais tinha mundo....
Estrelas, galáxias, planetas todos agonizantes
Sendo sugados por seus buracos negros impenetráveis
Assim, você destruiu teu universo
Limitou e condensou tuas imensidões imponderáveis
Tornou-se pequeno, triste Plutão rebaixado , obscuro e decadente
E assim você fez de mim uma estrela cadente.