Teu universo morto

No teu universo desejei morar

Mas só encontrei buracos negros

Que desperdício, ver sua imensidão reduzida a isso!

Quis nas tuas estrelas brincar

Elas estavam mortas, apenas suas luzes cadavéricas

Percorreriam o espaço-tempo sem fim

Tuas órbitas tão incertas , tortuosas e tétricas

Teus cometas sem brilhos e sem vidas

Tuas luas tão frias ,desertas e sem cavaleiros ou dragões

Teus planetas vazios sem tardes ,manhãs e anéis ...

Que desperdício ver tua imensidão reduzida a isso!

Um universo sem vida...

Uma vida sem verso...

Reversos de vidas sem vida...

Cemitérios de estrelas

Sem mistérios para desvendar

Vida que não há...

Tentei penetrar em tuas constelações

Todas estavam desfeitas

O escorpião estava morto

As ursas frias e distantes

O cruzeiro mudou a procura de um norte

Órion no sétimo céu sumiu

A coroa de Ariadne sem os diamantes ficou,perderam-se nos

Labirintos siderais, onde não existe Teseu ou novelos...

E o centauro em disparada no escuro partiu

Marias,as três choravam a má sorte

E em suas lágrimas desmancharam -se...

E tudo mais fugiu do teu Universo moribundo

Tuas vagas , brilhantes e distantes estrelas não mais existiam

Feito Cronos você as devorou...e Zeus não estava lá...

Que desperdício ver tua imensidão reduzida a isso!

Tua vastidão não mais tinha mundo....

Estrelas, galáxias, planetas todos agonizantes

Sendo sugados por seus buracos negros impenetráveis

Assim, você destruiu teu universo

Limitou e condensou tuas imensidões imponderáveis

Tornou-se pequeno, triste Plutão rebaixado , obscuro e decadente

E assim você fez de mim uma estrela cadente.

Carla Neumann
Enviado por Carla Neumann em 15/12/2015
Reeditado em 15/12/2015
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