LÁGRIMAS E SONHOS
Perdoa-me.
Pela ruptura em minha alma,
Esta fenda que me tira do universo,
Perdoa-me por estes versos mórbidos.
Todas as coisas têm um sentido,
Mas não os encontro,
Estou perdido dentro de mim.
Assim, perdoa-me pela distância
Entre meus olhos e o meu coração,
Ambos estão cegos.
Os dias chegam e se vão,
Não sei nada
Sobre a luz das manhãs,
Nem das estrelas
Que se escondem atrás das nuvens.
Sei apenas que não estou mais jovem,
E meus ais repercutem pelo mundo,
Como se o mundo me tenha negado a vida.
Vivo como a flor arrependida
Que se deita na terra,
Ao invés de brotar.
Meus dentes mastigam as palavras,
E meus pensamentos
Flutuam no silêncio.
Mas não importa o que penso.
Nem me importa o que o futuro
Poderia me prometer,
Eu iria perder,
Sou um bom perdedor.
Não sei o que mais perdi,
Mas o amor, este o sei,
Esconde-se
Onde não posso alcançá-lo.
E por querê-lo.
Meus pés se tornam pequenos
Para essa grande caminhada.
Para mim, a vida não é nada,
Apenas uma estrada cheia de pedras
Que não posso pisar.
E não é por medo
Que me entrego ao sono eterno,
É porque quando adormeço
Ainda tenho sonhos.