LÁGRIMAS E SONHOS

Perdoa-me.

Pela ruptura em minha alma,

Esta fenda que me tira do universo,

Perdoa-me por estes versos mórbidos.

Todas as coisas têm um sentido,

Mas não os encontro,

Estou perdido dentro de mim.

Assim, perdoa-me pela distância

Entre meus olhos e o meu coração,

Ambos estão cegos.

Os dias chegam e se vão,

Não sei nada

Sobre a luz das manhãs,

Nem das estrelas

Que se escondem atrás das nuvens.

Sei apenas que não estou mais jovem,

E meus ais repercutem pelo mundo,

Como se o mundo me tenha negado a vida.

Vivo como a flor arrependida

Que se deita na terra,

Ao invés de brotar.

Meus dentes mastigam as palavras,

E meus pensamentos

Flutuam no silêncio.

Mas não importa o que penso.

Nem me importa o que o futuro

Poderia me prometer,

Eu iria perder,

Sou um bom perdedor.

Não sei o que mais perdi,

Mas o amor, este o sei,

Esconde-se

Onde não posso alcançá-lo.

E por querê-lo.

Meus pés se tornam pequenos

Para essa grande caminhada.

Para mim, a vida não é nada,

Apenas uma estrada cheia de pedras

Que não posso pisar.

E não é por medo

Que me entrego ao sono eterno,

É porque quando adormeço

Ainda tenho sonhos.

MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 13/12/2015
Código do texto: T5479188
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