INVEJA E COBIÇA
INVEJA E COBIÇA
Tons de doirado e negro nos reflexos
Do poente se confundem, no encontro d´águas,
Que quiçá tão contrastantes, adentram-se uma n'outra
Ao sabor da correnteza, lentamente...
Desviam a atenção das imensas riquezas,
Que a pujante floresta esconde,
Com o verdor imponente de seu manto
De imensurável beleza.
Petróleo, esmeraldas, ouro e brilhantes,
Á terra afloram, abundantes,
Aguçam a cobiça dos estrangeiros
Que aqui aportam, ávidos, frementes!
Articulam-se poderosos políticos com seus ardis,
- Ah! Apátridas, farsantes,
Artífices da imoralidade
E da injustiça em nosso País!
Centenas de missões se alastram
pela imensa e rica floresta,
Fincam bandeiras, pregam costumes
E o credo em nome de Deus!
Exercitam seus torpes poderes
Com os caboclos da terra,
Exacerbam e vilipendiam nossos índios,
Esses mascarados filisteus.
Com seus alforjes transbordantes,
Na coleta fácil da enganosa propaganda,
Fomentam as intrigas e as pérfidas mentiras,
Pelos caminhos tortuosos onde andam.
Nos revoltam a indiferença de nossos irmãos
Com o apoio a hipocrisia e à cômoda omissão,
Que tentando subjugar a Amazônia,
Repulsam e incendeiam nossos corações!
E quiçá cantemos hinos de louvor à pátria amada,
Defenderemos sempre, com ardor, nossas convicções,
Divididos ficamos pois, entre a égide do dever cívico,
E o amor a essa terra adorada... orgulho de nossos corações!