EMBALO
 
No vazio desta tarde,
que se arrasta lenta, lenta,
escuto um murmúrio suave...
Me desperta, põe-me atenta.

Apuro os ouvidos, o sentido,
e percebo o marulhar
das ondas na preamar,
espécie de sinfonia
que vai, que vem, é magia
da natureza a cantar.

Aconchegada na areia,
esqueço o que me rodeia,
no sono me deixo embalar.



 
Para o belo poema "Quase Noite" de Deley
http://www.recantodasletras.com.br/poesiastranscendentais/5474215


 
No embalo da quase noite
 enquanto te enroscas na areia
 sinto fustigar-me o açoite
 da esnobação da sereia...