Aconchego
Sei dos meus desacertos
Das palavras desconexas
Mas de dores, falo destas:
Que me consomem,
Que me corroem,
Que me corrompem.
Um dia, por elas serei derrotado
E já arrasado, esquecido
Num qualquer jazigo, abrasado
Abraçado em comunhão com a terra
Que acalma a fera, que fere a alma
Terei por fim
Aconchego.
E de longe ver a comoção;
Um punhado em reclusão
Exclamando solução para o impossível
Pedindo, orando, sem conhecimento
Que cessou ali o sofrimento
E a vontade de voltar atrás.