Sexta-feira Treze

Abri a porta
Apareceu
Um gato preto e me mordeu.

Foi assim que começou
A minha sexta-feira treze.
Fui ao pronto socorro
E o treze se reforçou
Nos pontos que eu levei.

E o pior de tudo isso
Foi que além da injeção
Tive que dar abrigo ao inimigo
E  observá-lo com atenção.

Tomou logo conta do sofá
Depois da minha cama
Tenho que acordar às cinco da manhã
Porque ele me chama.

Quero dormir mais um pouco
Mas com tanto miau, miau
Prefiro levantar cedo
E dar logo o seu mingau..

Coloquei-lhe o nome de Azar
Azar vive a me seguir.
Nunca mais levei mordidas
Nem pontos, nem unhadas.

Nunca mais fiquei sozinha

Nas escuras madrugadas
Azar lambe minhas mãos
E eu lhe faço cafuné
Até que a lua se esconda.

Depois vamos para cama
E dormimos abraçados
Sua patinha no meu rosto
Seu corpinho ao meu lado.

Sexta treze, gato preto
São pura superstição
Azar é a sorte
Que quando abri a porta
Entrou no meu coração.


 
Dolores Fender
Enviado por Dolores Fender em 11/12/2015
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