MINUTA DE TEMPO
 
A pintura usava cores
conhecidas demais
quando dormia
deixava meu mundo
guardado
escondido de toda paz
permitido a ser
olhos abertos sobre
a tela de curvas e ondas
onde estávamos
onde fomos nestas
puras noites fingidas
serem vulgares
pelos outros
quando deixávamos amassos
sobre lençóis
e roupas rasgadas
quando roubava flores
o sangue corria melhor
valia a pena
escrever meu nome
entre as “rugas”
de inverno
que ficavam p’ra traz...