ENIGMA
Uma chama escondida
iluminava a cerviz ereta
da desafiadora donzela
impávida, olhando certa
a sorte ainda imprecisa.
Riso de criança, uma luz,
vento do leste que nasce,
incógnita surpreendente,
vã cobertura sem disfarce
revela escultura saliente.
Versado pelas vias da vida
olhei com ares de advinho.
Injusto, julguei-te atrevida,
tal raposa abjurando uvas,
que nem verdes estavam...
tempo singelo de partida,
manuscrito de despedida.
Culpa expiada à beira-mar,
na visão do rosto altaneiro,
na fria espuma das ondas,
rasgos da renda da marola
sorrindo, chamando ligeiro...
uma onda vem...outra vai...
se pudesse! não ia embora...