BONECAS
Cascas vazias para habitar.
O Mundo Escuro as observa
Esperando a chance certa
O momento para entrar.
Entidade não-humana, equívoca
Ganha vida ao possuir bonecas.
Inanimado, anima mundi maléfico.
Na noite mais escura,
As bonecas possuídas
Andam a surdina, arquitetando
Molestando inocentes
Caçando uma vítima tímida,
Assustada demais para reagir
Aos seus ataques da meia-noite.
O demônio habita o vazio interior
Da porcelana abandonada,
Asas de anjos arrancadas...
E espera pacientemente...
Observando as ovelhas burras...
Com estáticos olhos de plástico
Vivos na essência do mal.