Não há mais tempo,
Não há a execução de um monódico,
Não há nem Clave nem Sol.
 
O beijo quebrando distâncias geográficas
hoje é uma sombra projetando um muro
sem nomes impressos ou mensagens em versos.
 
Resta o vulto das coisas longínquas
Neologismos em desuso,
Livros demolidos em casas decifradas,
Luz a intensificar as ruínas.
 
Amanhã,
Ah, o amanhã paralelo,
Que felicidade ao saber que tudo é lá
por não estar se agitando aqui,
Que tudo continua aqui submerso em brumas
E que as brumas são apenas couraças do olhar.


Foto: o meu gato Zé Albino.
Ana Liss
Enviado por Ana Liss em 08/12/2015
Reeditado em 19/12/2015
Código do texto: T5473370
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