LA SERENA RUIVA
 
 
Amanhã teu colar
estará tão breve
caminhando comigo
trazendo vestígios
do dorso rubricado
amanhã teu colar
será de madrepérolas
jogadas ao mar
navegar sobre sonhos
ilhar olhar descendente
do amante permitido
ser um pedido p’ra sempre
perdido pra sempre
no sempre vestido
de pele branca
desenhada num corpo
mágico
sufrágio de inferno
quer-me longe
pra buscar sua culpa
de ser tão bela
vitrine possuída
cine passando filmes
de flores caindo
divirto meu antônimo
de soldado desertado
de sol calor por dentro
 será uma noite fria
se acaso ver cobertas
dançando sobre meu corpo
sozinho
sem teu corpo
ninho de afagos
descendo por inteiro
descendo dos necessitados
dependo do poder
de ser amado
p’ra ser criado novo
estranha armadura de sonhos
acorda carente de tudo
a corda trama de nós
pede pra subir
teu quarto espera
a orla banha o farol
não há nada lá em cima
só a mente sonhando
com ela
só a mentira sonhando
sozinha...