Poema Matutino
O dia começou cedo
Mas só bem mais tarde que eu
Passei a fazer parte dele
O sol lá fora é uma raridade feliz
Mas meus olhos ainda estão pequenos
E a inércia me abraça languidamente
Puxando-me para baixo dos cobertores
Ainda não tenho um humor definido
É cedo demais para estar feliz
Mas o dia está bonito demais para estar triste
Já sinto os desafios diários me cutucando
Mas antes preciso da cura para o apocalipse zumbi
Ou vou ficar me arrastando por aí
Atrás de um cérebro capaz de raciocinar a essa hora
Lentamente, minhas pálpebras pesadas vão criando coragem
E espiando a vida que acontece lá fora
Sou criatura da noite, não queria sair agora
O sol ofusca meus olhos esverdeados
E ataca impiedosamente minha pele alva
Que luta, meu Deus! Cada amanhecer...
Que luta, meu Deus! Como pode a preguiça, tão preguiçosa, vencer?!
Mas o mundo lá fora precisa de mim
E as cobertas ainda estarão confortavelmente lá quando eu voltar
A inspiração me puxa bravamente para fora
E agora que um poema já foi escrito
O dia pode efetivamente começar!