Poesias variadas
E lá vem o vento...
O vento sussurra mansamente
Vem soprando lentamente
Oriundo das inquietas montanhas
Despertando a abençoada chuva
Trazendo a bonança
Enchendo as despensas
De infinitas esperanças
E lá vem o vento...
Seguindo seu intento
Trazendo a mágica da dança
Desafiando os poetas
Cheios de ideias
Inspirações e melodias
Amores, sonhos e enlaces
Rimas, cores e flores
E lá vem a lua...
Dourada no infinito céu
Trazendo recados de amor
Aos apaixonados ao léu
Cantando em transparentes carrosséis
Na linha perfeita do amor
Embalando em suas valsas
O merecido troféu.
O sapo pula
O sapo pula ... pula
Em volta da lagoa
O que ele está querendo
É só ficar de boa
Vai o dia vem a noite
Vem o sol e vai a lua
O que a menina quer
É brincar também na rua
Nem tudo é igual
O homem e o animal
Na vida sempre há sol
Às vezes um arrebol
No fundo há um varal
De roupa sem igual
Perto um girassol
Que aquece junto ao sol
Na natureza tudo é especial
Faz parte do manancial
O sapo sai pulando
Em busca do canavial.
Crepúsculo da vida
Doce e encantado crepúsculo
Ao amanhecer da minha aurora me presenteavas
Com o seu brilho me iluminavas
Tempos te observando, dias e anos o vendo alvorecer
Mas também fenecer
Caminhamos juntos anos a fio
Viajamos de mãos dadas ... enamorados
Participei da sua beleza e você me viu nascer e crescer
Me viu amadurecer, sofrer, firme aqui permanecer
Vi a sua luminosidade nos anos dourados
Vivi seu fulgor nos anos passados
Via o seu amanhecer como via também os primeiros raios de sol
Via-o mesmo escondendo suas cores atrás do horizonte
Bela barganha nós fizemos
Envelhecemos juntos no crepúsculo da vida
Até hoje eu o vejo e tu me vês
Observo-te fenecer junto ao anoitecer
Sua intensidade diminuiu junto a minha
Enquanto você se esconder no horizonte
E sua luz ainda permanecer visível
Eu aqui perco também a minha vitalidade
Ainda antes dos últimos raios solares
Existem aqui resquícios dos meus dias saudosos
Como vestígios de seu último brilho do dia
Você me vê ainda sofrer, chorar, meditar ...
Será que zomba de mim?
Não deve... Senão eu também zombaria de você
Se nascemos juntos...somos um para o outro
Sem nos separar um instante de vida
Então envelheçamos juntos você e eu
Crepúsculo da vida!
O sonho que sonhei
Deitei-me cansada da lida
Adormeci sono profundo
O sonho surgiu em minha mente
E nele fui vendo a minha vida.
Vi a tristeza tomar conta de mim
Vi o choro confuso me fazendo soluçar
Chorei demais não conseguia parar
Vi um choro triste e copioso me soçobrar.
Chorei o quanto pude
De tristeza a me invadir
Sai de casa e fui ver o que era
Vi casa no chão derrubada
Só que não entendi.
Vi troncos de árvores cortados
Vi várias plantas minguadas
Vi flores lilases como um jardim
Apareceu um ser mas eu não o conheci.
Sei que tirei um pano de saco dos ombros
Prestei atenção no ser perto de mim
Ajoelhei me ... Chorava demais
Ele dizia assim: - “Não chore assim”.
Levantei os olhos molhados
Andei até uma casa
Olhei para o lado de fora
Vi uma imagem maviosa.
Aquela visão de várias casas em harmonia
Resplandeciam de luzes cintilantes
Sei que o sonho tornou-se tão lindo
Que não queria mais voltar à realidade.
Mas devagar fui despertando
Abrindo os olhos percebi
Que o sonho que tinha sonhado
Eram verdades de mim.
Senti os olhos molhados
Levantei-me do leito assim...
Pensativa tão somente
Vi minha alma sorrindo para mim.
Autora: Margareth Rafael