Ferida bandida

Teus pés pequenos formosos flutuam sobre a areia negra

Deixando pegadas e um caminho incerto

Ao longe gaivotas sobrevoam aquela imensidão azul

As ondas chocam contra os rochedos

Respigando sobre sua pele e formando pequeninos cristais

Neste dia sua alma esta indômita

Em redemoinho e um aperto no peito o dominava

Sua voz estava embargada e instável

Seus pensamentos desconexos fazendo eco ao retumbar das ondas nos rochedos

Ali buscava uma paz que há muito não sentia e queria

Tortuosos traços voltavam e perfuravam feito adagas seu coração

A dor o deixava perplexo

Sem ar!

Sua cabeça entre as palmas das mãos

Desolação!

Seu rosto lívido ergueu-se para um céu negro

Ali se identificou com aquele véu lustroso

Voltou os olhos para as mãos que dantes havia tocado sua pele cheirosa e dourada

Desejosos!

As mãos que antes a tinha acariciado!

Fechou-as em punho e permaneceu assim até que um filete vermelho caísse sobre a areia e fosse absorvido por ela

Assaltado por uma lufada de vento

Retornou!

Olhou ao seu redor

Deserto!

A praia estava silenciosa, imensa e ele um ponto pequenino ali encurvado

Seus olhos, perdidos

Sobressaltados!

Mais uma vez olhou para suas mãos vazias

E cabisbaixo seguiu vacilante rumo ao esquecimento.

ALANA FERRIZ
Enviado por ALANA FERRIZ em 07/12/2015
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