O templo de Deus
O templo de Deus
Subia ao céu imenso clarão,
E ouvia-se o louvor em simples oração
Olhares curiosos se esparramaram
Por todos os cantos do mundo
Fiéis juntaram-se esquecidos
De consultar a sua religião
E tornaram-se muitos, uma multidão
Curiosa buscando a origem
De tão divina e perfeita comunhão
Entre os pilares de vários monumentos
Ergueram em vão seus tristes lamentos
Não tendo respostas se rebelaram
Em seu inocente julgamento
Precisavam aprisionar Deus num templo
Trataram de fundar seu edifício
Exigindo de todos o sacrifício
As cópias grandiosas se multiplicaram
Multidões abandonaram seus lares
A peregrinar em inútil trajetória
Erguiam suas vozes em cânticos
Que seriam sublimes se não fossem lamentos
Oh Deus! Onde estás?, que não vens ser nosso alento
Na dureza dos tijolos ao sol endurecidos
E na frieza dos corações fúteis e desmerecidos
Habitam a esperança dos pobres peregrinos
Onde está Deus? Que não recebe nossas preces
Não responde a mais simples humana questão
Não nos envia o bálsamo para o ferido coração
Oh Deus! Peregrinos em prece anoitecem
Alguns mesmo que vivos aos poucos fenecem
Não têm a fé e a razão do corajoso irmão
Que a Deus profundamente conhece
O Senhor não habita em templos glamorosos
Não faz concessões aos ricos e poderosos
O Senhor não pediu enormes construções
Nem obedece as humanas previsões
O Senhor está além de pedras e tijolos
Erguidos ao sol e exposto ao ar
O Senhor habita no coração do irmão
Que sabe amar, louvar e honrar
Com seus atos cheios de bondade
Com sua busca eterna do ser
Com sua verdadeira e única certeza
O templo de Deus está no profundo do coração.