DESVIRGINADA
Protegida em cúpula de vidro sacro,
A santa ungida de pecado.
Os olhos claros perdidos no passado,
A luz dos sonhos apagados,
A santa nua e sua lágrima.
Quantos se serviram do seu corpo,
Quantos se embebedaram do seu pranto?
As mãos cobrindo suas partes,
Os desejos mais urgentes realizados,
Os seus lábios beijados
Por tantos santos viciados.
Teria o Homem transgredido sua fé
Além dos limites permissivos da alma?