V O C A Ç Ã O
Desde que o corpo
Inaugurou o outono
A noite traz fogueiras insensíveis.
O amor, em todo caso
Aborto infeliz, “Tem seu charme!”,
Chegara a tempo
Feito espectro
Ou cancro temporão.
Sentia a cada sonho calcinado
Incompletude herdada,
A vocação de ter Jocasta.
Portão com seu rosto –
De grossas correntes
Contando os retornos.
Uma placa de muitos Finados
E nada que chame de lar.
Por agora esse olhar
Recupera promessas, silhuetas
De regalo e descarte.
Quando calar-se
Era seu longo tratamento
A alma vendia por bem pouco –
Há que ser outro, agora,
Como outro é o vento que deixou lá fora
Na pré-manhã do abril sem brio
Um tempo sujo que não deixa rasto.
Desde que o corpo
Inaugurou o outono
A noite traz fogueiras insensíveis.
O amor, em todo caso
Aborto infeliz, “Tem seu charme!”,
Chegara a tempo
Feito espectro
Ou cancro temporão.
Sentia a cada sonho calcinado
Incompletude herdada,
A vocação de ter Jocasta.
Portão com seu rosto –
De grossas correntes
Contando os retornos.
Uma placa de muitos Finados
E nada que chame de lar.
Por agora esse olhar
Recupera promessas, silhuetas
De regalo e descarte.
Quando calar-se
Era seu longo tratamento
A alma vendia por bem pouco –
Há que ser outro, agora,
Como outro é o vento que deixou lá fora
Na pré-manhã do abril sem brio
Um tempo sujo que não deixa rasto.