DA VADIA MORAL

 
O descaso do fraco
condenado a morte
daquilo que parece
ser o único indicio
o possível inicio
pesa o quanto vale
ser perfeito para um futuro
estar do lado de fora
do jeito que o lado de dentro
da tela mostra
das telas finas pintadas
das telas vistas
listas inteiras de rostos
trivia dosagem sobre o gosto
elas dissecam o andarilho
pela ideia do corpo
seria tão belo um dia
corpo sobre a cama estendido
não importa mais nada
o que importa abre a porta
pelo que importa
abre a porta fechada
as obscuras crias do abismo
que o ouro traz fama
podem ser a mentira perfeita
p’ra viver cheias de si
o condenado a morte
pra aceitar viver
terá que escolher
entre a verdade pura
e a falsa loucura das tardes
do tempo moderno
ele amará pela certeza
do tem por dentro
a beleza transará com o morto
no aborto de tudo
que possa dizer
suas juras de amor
são culpas dela crescendo
suas culpas preferem
a maldição do amanhã
e os plásticos estéticos
robustos
com bom desenho
no quarto escondido
de um motel de esquina
guardará segredo
pelo enredo pago
antes que o lindo beijo dado
no coitado comprado
pela astúcia dela
seja pego pelo espelho.