SEM BANDEIRA
SEM BANDEIRA
A ordem e o progresso
De mãos dadas
Com a desordem e o recesso
O verde em desesperança
O amarelo em lama
O azul em plúmbeo
O branco em branco
Recheado de estrelas amorfas
Apáticas e sem vida
Que não se desfralda
Parece sempre a meio pau
Ora parece negra
Ora parece vermelha
Por preconceito anencéfalo
Por vergonha ou sangue
Que escorre de peito aberto
Ferido de morte pela inépcia
De pintores que não pintam
A não ser o sete
Que magicamente vira onze
Ou treze borrões
Da mais moderna arte
De usurpar as cores
E faze-las funéreas
Em vidas de morte
Que cegas e sem sorte
Pintam-se de ilusão
Logo esmaecida
E o pano de fundo
Descolorido
Roto e esfarrapado
É arriado