SEM BANDEIRA

SEM BANDEIRA

A ordem e o progresso

De mãos dadas

Com a desordem e o recesso

O verde em desesperança

O amarelo em lama

O azul em plúmbeo

O branco em branco

Recheado de estrelas amorfas

Apáticas e sem vida

Que não se desfralda

Parece sempre a meio pau

Ora parece negra

Ora parece vermelha

Por preconceito anencéfalo

Por vergonha ou sangue

Que escorre de peito aberto

Ferido de morte pela inépcia

De pintores que não pintam

A não ser o sete

Que magicamente vira onze

Ou treze borrões

Da mais moderna arte

De usurpar as cores

E faze-las funéreas

Em vidas de morte

Que cegas e sem sorte

Pintam-se de ilusão

Logo esmaecida

E o pano de fundo

Descolorido

Roto e esfarrapado

É arriado

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 05/12/2015
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