O sopro do faraó

Quando à tarde lentamente caia,

O sol parecia se esconder entre as pirâmides

Avermelhando ao Nilo, numa suave magia,

E o vento sorria, fazendo revoar sua clâmide...

~

Seguia adentrando o deserto, beijando a esfinge,

Para dar no horizonte o seu ultimo suspiro

Agora ao seu apogeu ele atinge,

Como um desenho revelado no papiro...

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E decai à noite, com o perfume dos bogarís,

Observando calada o desabrochar da flor do Egito

É a flor da vida, contemplada no templo de Osíris,

O Deus da fecundidade, na verdade de um mito...

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O vento anuncia seu segredo no silêncio,

Sê enunciando pelos caminhos estreitos

Esparramando pelas dunas, o odor do incenso,

Apagando as pegadas do homem perfeito...

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Há um oásis de palavras escondidas,

Incógnitas não reveladas nos afrescos

Segredos dos caminhos de Midas,

Podendo levar a infernos dantescos...

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Segredos do princípio da própria vida,

Reinando absoluto sobre o extenso domínio do Nilo

O vento que viu as pirâmides sendo erguidas,

E no meio do deserto, viu se fazer seu júbilo...

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E ali viu nasceram também os homens ouro,

Eram mortais filhos dos deuses, reis faraós

Encanando-se pelo caminho de seus tesouros,

E nas crenças cultivadas seus abávos...

~

O medo do maldito, da praga indeterminada,

O nome das múmias, na tumba selada

O olho egípcio na pedra sagrada,

O sopro do faraó, numa alma maculada...

~

E quem profana ao seu sagrado,

Da sua corda, formar-se-á um nó

Por este mal no tempo já anunciado,

E criptografado pelo sopro do faraó...

Marco Ramos
Enviado por Marco Ramos em 01/03/2005
Código do texto: T5471