Enquanto eu puder...Gótica.
Ficou em minha retina de menina
Um tempo que guardo no coração
Não sabia qual seria a minha sina
Nas ilhas da minha própria ilusão...
Arranco hoje versos da alma sofrida
Nado lento nos mares dos desencantos
Salgo silente a minha profunda ferida
Enfrentando os meus novos desafios...
Minha retina hoje quase cinzenta
Próprio das mulheres de sessenta
Nelas os escombros do meu passado
Miasmas do ontem extenuado...
Quando com tua afiada e fria adaga
Cegou-me com a tua cruel morbidez
Dançou por cima das minhas chagas
Apagou a luz para sempre da minha tez.