TREVA
TREVA
A noite já não me diz nada
Tudo é treva e silêncio
A lua já me é pálida
As estrelas não consigo vê-las
Apenas sinto frio
E suo frio
Numa febril acamação
Numa acompanhada solidão
Os olhos abertos nada veem
Apenas lágrimas brotam
Repletas de sal
Isentas de mel
E a quietude me engolfa
Penetra fundo
O coração palpita
Numa forte desdita
Afinal o the end
É logo ali
Virando a esquina
Encarando o diabo
Em pele de cordeiro
Bicho matreiro
Que me faz prisioneiro
De suas calhordices
E em crendices acredito
Que a alma não existe
Sou apenas pó
E a ele volto
Sem espiar os pecados
Que sempre morou ao lado
Afinal sou imagem e semelhança
De alguém que jamais vi
E que nunca verei
Quem sou eu
Prá ver o rei
Apenas miragem
Sem semelhanças