Transformação
                          (Prosa)
 


 
Se ainda houvesse tempo para sonhar
A qual sonho aquela alma se entregaria?
Os lábios querem sorrir, a alma chora.
A morte repentina de um grande ideal, iguala-se
Ao fim da vida.
Foi dupla pancada, que forte arrebentou a alma
Que já não consegue, não tem forças para se levantar.
Morrer é  banal, viver sem os sonhos também.
Vou?   Não tem como, sem asas, sem céu, apenas dor.
- Não conseguiria ir à lugar nenhum.

Seguir sem ver a luz do sol por trás dos montes,
A identidade fica para trás, agora, é duro silêncio.
Nada mais substitui a antiga alegria, foi  morte.

As grandes decepções tem  um eficaz poder,
O de retirar os motivos para continuar acreditando.

Com ou sem cicatrizes, o que importa?
Nada  há, para ser reparado pelo tempo.
A vida tão cínica. Diverte-se  com as dores.
Os sonhos tem a fragilidade das bolhas de sabão
Levemente eles viajam nas asas das borboletas
Tão frágeis quanto!
E evaporam-se junto com as nuvens
Transformando-se em lágrimas pelo chão.
Não sonhe, faça projetos, escreva, pinte quadros,
Plante, cultive sobre a terra, os frutos irão nascer.
Chore à morte, tente somente sobreviver,
A vida não se refaz num piscar de olhos
A cada perca física, de uma pessoa querida,
Aos poucos a alegria de viver, evapora.
A tristeza transforma toda visão de mundo.
Essa é a melhor lição final,
Alimentar mesmo que pouco, apenas o agora.

Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 03/12/2015
Reeditado em 03/12/2015
Código do texto: T5469287
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