DESENCONTROS
Entre olhares e sorrisos confusos
Eu me perdi e já não consigo me achar
Sei que você, querida, é um porto seguro
O que eu não sei é se posso ou não ancorar...
Quando ela quis não percebi
Sempre tão cego
Eu fui o asno que o circo rejeitou
Eu quis voltar
Mas em meus pés havia um prego
A timidez, carrasca, me crucificou.
Perdi a vez, a voz, a oportunidade
Ela com outro
E eu com a indignação
Um tempo longe dela é muito
Um toque é pouco
Aqui estou na fortaleza da solidão...
Tentei correr atrás
O tempo me passou
De todos, ele é o maior maratonista...
A voz, o cheiro dela
Nada aqui ficou
Meu coração estatelado
Em plena pista...
Meus olhos te procuram
E não encontram nada
Minhas mão procuram por seu toque
E nada encontram
Por mais que eu tente
Não consigo te encontrar
Mais uma vez
Nossos corpos se desencontram...