Inexistentes
Ventura de quem passa, tristeza de quem fica,
A morte vai estendendo seu véu e recolhendo tudo que lhe pertence.
Pobre de mim que não chegou minha vez...
Melhor seria ter minha vista escura,
meu sorriso inerte,
meu canto emudecido.
Vivo dentro de mim,
e isso cansa,
dói.
Ferida que não sara,
não escapo de mim mesma.
Num campo imerso em vendavais
que me levam até o mais íntimo de mim.
E volto de mãos vazias,
a resposta não está lá.
Seria eu contorno de mim,
ou o vento escreveu minha história num caderno sem pauta?