A telinha e a imaginação
Quarto pequeno, fechado.
Sem ar refrigerado.
Ao lado da cama.
Uma cadeira sempre à espera
Da alma generosa.
Que ouve suas preces noturnas.
E assiste o gemer
de sua alma cansada.
À cabeceira, o pequeno abajour rosa
Aquece-lhe a alma
Em noites de frio.
Clareia-lhe a mente carinhosamente.
E lhe leva às terras imaginárias
de alegrias e pessoas amadas.
Um passado feliz e distante.
À sua frente, obediente e calada.
Sempre à espera do frágil toque
Que lhe dê luz e movimentos.
Aguarda uma tela plana e moderna.
Por horas tagarelas, sem fim.
E assim a contadora de história
e sua velha amiga doente.
Partem juntas e sozinhas.
Em busca de um final feliz
Para aquelas histórias montadas
com emoções, luzes, cenários e elencos.
Que lhe permite sonhar
e crer que ainda existe vida no planeta.
E ali ao alcance de suas mãos.
Está o botão de embarque.
Decolagem e voo seguros.
Até o triste letreiro: "The End".
- Não se assustem não.
É apenas mais um convite
À uma outra, próxima, sessão de luz,
fantasia, deleite, amor e sedução!