A telinha e a imaginação

Quarto pequeno, fechado.

Sem ar refrigerado.

Ao lado da cama.

Uma cadeira sempre à espera

Da alma generosa.

Que ouve suas preces noturnas.

E assiste o gemer

de sua alma cansada.

À cabeceira, o pequeno abajour rosa

Aquece-lhe a alma

Em noites de frio.

Clareia-lhe a mente carinhosamente.

E lhe leva às terras imaginárias

de alegrias e pessoas amadas.

Um passado feliz e distante.

À sua frente, obediente e calada.

Sempre à espera do frágil toque

Que lhe dê luz e movimentos.

Aguarda uma tela plana e moderna.

Por horas tagarelas, sem fim.

E assim a contadora de história

e sua velha amiga doente.

Partem juntas e sozinhas.

Em busca de um final feliz

Para aquelas histórias montadas

com emoções, luzes, cenários e elencos.

Que lhe permite sonhar

e crer que ainda existe vida no planeta.

E ali ao alcance de suas mãos.

Está o botão de embarque.

Decolagem e voo seguros.

Até o triste letreiro: "The End".

- Não se assustem não.

É apenas mais um convite

À uma outra, próxima, sessão de luz,

fantasia, deleite, amor e sedução!

anna celia motta
Enviado por anna celia motta em 02/12/2015
Reeditado em 18/05/2018
Código do texto: T5467940
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