DRONE DRAMÁTICO DROMEDÁRIO

O drone estava cansado

De o seu uso militar.

“Uma ferramenta não tem alma.

O advertiram, mas o drone

Achava isso o maior

De todos os absurdos.

Conviveu demais

Com os humanos

Levando mensagens

Espiando na surdida

Fotografando, até selfie fez

Acabou se humanizando.

Como poderia não guardar

Um pouco daquelas sensações

De missões vividas.

Aquele era um nato

Drone dramático.

Ele sonhava em deixar de ser

Máquina funcional

Com bloqueio sentimental.

Ele gostaria mesmo

De ser um austero

Dromedário do deserto,

Que apesar da sequidão

A sua volta, conseguia

Resistentemente viver

Sui generis.