SOB O LUAR
SOB O LUAR
Difícil é viver usando uma armadura medieval,
Difícil é ter que fugir da luz a cada amanhecer,
Difícil se algemar a luz do luar em dia sem luz,
Difícil é ser cor pequena ao invés da cor maior,
Difícil viver num mundo de pontos e cortes...
Queria correr pelado pela cidade,
Vendo o corpo humano não como
Algo punível da criação humana...
Ver os ladrões,
Ver os drogados,
As pichações como sendo errado
E não a minha nudez sob o luar.
Quem colocou isso como errado?
Quero esquecer minhas privações,
Não ter que me esforçar para ser feliz,
Sorrir por sorrir,
Apenas existir,
Ter a claridade como amiga,
Fazer as pazes com o Jesus da cruz
E com ele ser amigo da prostituta da avenida,
Beber com a travesti num botequim,
Afinal somos todos iguais
Esta é a sua maior lição.
Na luz do luar quero tornar a amar,
Esquecer o tempo que vivi
E o tempo que me resta,
Quero andar sob a luz do luar,
Sem algemas,
Sem sofrimentos,
E sem medos...
Por fim vou viver uma utopia,
Criada num sonho qualquer,
De uma noite mal dormida,
E ao escutar a nossa musica
Não terei mais que se lembrar de você,
Pois você estará do meu lado
E você assim como eu estará feliz.
André Zanarella 02-04-2014