Pois é

Faço poesia por pura intuição

Como se meu corpo fosse todo coração da cabeça aos pés

E pulsasse a cada palavra escrita

Ante revés de quem não me entende

Bombeando nas veias benditas

Usando como boca minhas próprias mãos

A proferirem vida, morte e ressurreição

Peço que neste mundo turvo

Pintado com verniz o amor corroído

A vida tenha vida após ter sido

Pra não morrer de solidão

A solidão da poça que evapora afastada do mar

Com ares de poesia, essa heresia afiada,

Corta rente toda falácia da voz sem vestígio de nada

Canso-me acelerando a espera do amanhecer

Finjo dormir enquanto sonho

Pra não ter lembranças de um mundo bisonho

Ao despertar na voz que me faz recordar

Que sou o que dorme vigilante

Insubstante como fantasma

Ouço murmúrio de paz

Meus ouvidos captam um horizonte a mais

leandro Soriano
Enviado por leandro Soriano em 28/09/2005
Código do texto: T54674