Sombras
foices amarelas avolumam-se
nos desvãos da casa
macias feridas de soníferos
aguardam a visita da lua
no chão batido umedecido
poeira e terra
serpentes sem corpos
velam o tempo, sisudo,
brincam com sombras ou
aventuram-se no silêncio ,morno,
do cotidiano que as esquece
retinta e opaca a ironia da Nave
larga ao céu largada.