Delírio real...
Ouvir (bem alto) Edith Piaf; tomar uma boa vodca admirando a chuva da janela! A luz que bate nas folhas do coqueiro, com o vento forte, desenha na parede da casa e nos muros umas imagens distorcidas e lindas. Parece que a vida, do nada, sorri...
Semelha que me chega à infância novamente. Sou puro e ingênuo de novo e posso dizer trivialidades! É como se eu dormisse (entre flores) num domingo qualquer de setembro, bem aos olhos do vizinho que vigia esta rua como se fosse a casa sua...
Agora esta rua parece um mar e brilha no vento e nos relâmpagos! E não há segredo que não seja desvendável, e tudo, de repente, fica sem mistério, até a vida. Agora esta musica carecia de uns violinos para tornar o belo bem mais belo ainda...
Sei que há uma casa, uma aurora, um quintal e uma primavera inventada de flores! Daí pode se dizer que Deus existe e que esta nas coisas que sabeis ver com olhos da inocência, e que eu possa ser, antes do cair da noite, a magia de um delírio real e intenso...