PERDOA-ME!

PERDOA-ME!

No cabeçalho de meu obituário:

Perdoa-me por ser honesto demais,

Por não ter explorado a dor alheia,

Por não ter conseguido esquecer-te.

Por nutrir ódio pelas bengaladas...

Por nutrir magoas pelo vaso de bosta,

Por odiar os espaçamentos... Por quê?

Por quê? Às vezes acordo gritando...

Por que do espancamento severo...

Maldito primo que morra de câncer,

Odeio os conceitos católicos do perdão,

De ser honesto e de fazer o certo, por quê?

Se eu era humilhado o tempo todo...

Pai maldito e primo filho da puta...

Que as chagas os consumam eternamente.

Bato tambor, pois o tambor é anti-hóstia.

E no cabeçalho de meu suicídio estará:

“Foi anti a maldita igreja santa católica”

Pois tudo de mal que há em minha vida é ela

Não é Jesus Cristinho e nem Buda e nem Guiã.

É o maldito Padre Chico e minha família Cristã.

Que no inferno eu reencontre os católicos

E tome o sangue do Cristo deles com brasas.

Que a hóstia seja o nosso sangue podre.

Que meu primo no inferno seja a Curra,

Não a cura das minhas feridas mais íntimas,

Mas seja a curra de todos os demônios.

Perdoe-me Pai, por querer hoje e sempre,

Lançar um voo eterno do sétimo andar...

André Zanarella 13-07-2014

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 01/12/2015
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