Em minha alma

 

 

Quando estou em você, que é o meu aconchego,

Encontro-me completamente.

Quando fito-me no espelho chamado tempo,

Não quero pensar. Nele eu lhe vejo e sinto-me

a mais linda adolescente!

Quando degusto esse doce sabor de cajú, que

eu chamo de vida, em cada novo fio de cabelo

prateado, que teima em apontar-me a realidade,

Dizendo-me qualquer coisa que não quero ouvir.

Eu insisto e retruco:
-Olha tempo, você não manda em mim.

Você não mata a criança que sempre eu serei.

(não que como adulta eu seja infeliz)

Mas segundo os adultos, peraltices só em criança

cai bem. Além de mim,

existe outro menino que eu quero sempre ressaltar,

mostrar-lhe que não há restos de sonhos.

As suas poesias são lindas, líricas.

As notas musicais,

As paredes internas da sua alma intactas, iguais.

O amarelado das suas bem guardadas fotografias,

Tem um elegante tom, olha só na camisa a nova

marca de batom!

Dos vidros, ah agora reciclados e límpidos,

são vidraças ao luar!

Sem retalhos, é tudo inteiro.

Há ainda muita tinta no seu tinteiro.

Dos pedaços jogados pelo chão, há muita fé

muita esperança.

Do violão, em cada corda desperto está o amor,

A vida que vale é a do seu coração de hoje,

Que guardará sempre em dó maior, a verdadeira ilusão.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 01/12/2015
Código do texto: T5466280
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