DEVANEIO DE ÍCARO

Eu voo com asas próprias

Neste céu cinzento, em nuvens de carbono.

Eu abandono o chão em busca de consolo

O firmamento me acolhe em seu útero negro

Não ouso voltar ao solo podre

Prefiro o teto frio e agourento

É quase uma sentença mortífera

Uma escolha fatídica

De um solitário Ícaro, orgulho e penas.

Eu voo e minhas asas vibram ao sol.

Neste céu indiferente e rijo, então receio.

Questiono a existência, praguejo, oro.

Para ter forças, enfrentar o medo...

Do chão inevitável.

Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 30/11/2015
Código do texto: T5465055
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