SEM LERO-LERO
Aprendi a ser tumulo.
Guardo falas
como quem guarda defunto,
sete palmos embaixo da terra.
Tranco no ataúde as conversas.
Não acendo velas,
para não iluminar as trevas.
Se são fofocas
o tempo se encarregará da decomposição.
Cada um tire suas conclusões.
Não rezo ladainhas... Evito confusão.
Olivia Beltrão
Recife, 15 de novembro de 2015.