SEM SILÊNCIO
Nas nervuras do silêncio
Toda angústia que sufoca,
A ansiedade que estrangula,
Toda a espera que não se suporta.
Experimenta-se a inércia,
O tédio,
A sensação de tempo perdido,
O vazio,
A intranquilidade,
A palavra escravizada na garganta,
O coração se queixando, sem ter voz.
O vermelho ensanguentando as vagas,
Compelindo o silêncio a se retirar.
Nunca o relaxamento proveitoso
Nem a reflexão precisa que proclamam...
As respostas para tantas perguntas
Nem a sintonia com o Universo...
Órfã.
Apátrida.
Yin sem yang.
Nada zen,
Nada iogue,
Sem alpha
Nem mantra...
Não adianta!
A fala se cala
Mas a palavra fala,
Exige seu livramento.
Orquestra um repertório de letras e notas.
Até tento.
Mas meu ser é barulhento,
O silêncio me incomoda!
imagem: google