BALCÃO
depois de alguns goles
ponho tudo pra fora,
um gorfo de desabafo,
vejam,
os sapos que já engoli
as borboletas que
habitavam meu estômago
e aquelas palavras de ontem
que não caíram bem;
ali, espalhado por todos os lados
tudo que já havia engolido
com um nó na garganta;
qual a questão posta à mesa,
levantar o copo,
erguer a cabeça?
talvez fosse se manter em pé,
coisa difícil, anda mais
girando e girando...
e com o peso do mundo
em suas costas,
dei um gole no foda-se,
bebi de quase cair;
a essas horas DE REVOLTA
só sei que o mundo
dá voltas
voltas e
volta tanto
que
logo estarei cá de novo
pedindo mais uma rodada.